10 feb 2016

Coitado do jeitinho brasileiro


E' necessário apontar que um malandro de Nápoles jamais roubaria nada de um malandro brasileiro, pois seria como roubar a uma criança. Deixamos de lado a ideia que "o jeitinho" seja sinônimo de esperteza, é simplesmente o desejo popular de flexibilidade perante as regras. Não vamos usar a História para explicar este costume puxando para a dança, que o Brasil era uma sociedade hierárquica, e com a chegada da democracia muitos não aceitaram o princípio de  que todos são iguais, querendo continuar a ter privilégios pessoais. Isto porque todas as sociedades eram assim! Em países não isentos de corrupção política, é práxis não querer pagar impostos, comprar produtos piratas, usar vale alimentação para fazer despesa de casa, pegar bico para aumentar a renda. Porém não em todos, as pessoas vivem enjauladas por tamanha violência, com um sistema sanitário, escolástico, social, que nada tem a ver com uma sociedade civil. O que falta no Brasil é simplesmente cultura, informação, abertura para o mundo. Pagamos por complexos não resolvidos, por não saber lidar com pessoas vividas, por incapacidade de inventar, transformar, copiar melhorando as coisas lá de fora (como já fizeram os japoneses). Quando alguns anos atrás um presidente falou que no pais não rodavam carros mas carroças, muitos se ofenderam. Aquilo era uma evidencia, uma realidade para todos que viviam no exterior!  As industrias “nacionais” usavam tecnologia velha, poupando dinheiro com inovações, e como ninguém era informado, todos achavam ótimo e maravilhoso. E’ o que ainda acontece com muitos
eletrodomésticos, são caríssimos e uma lava roupa por exemplo, perante uma estrangeira parece com a dos Flintstones, ou seja, temos muita mercadoria obsoleta e com preços altíssimos. Muitos erguem o peito achando também que o otimismo, "o pensamento positivo", seja uma característica favorável,  sem duvida é para quem está a beira do suicidio, da depressão, para os demais é uma bola de ferro no tornozelo pois alimenta o fatalismo, o deixar pra là, que permite aos espertos de chegar em frente, tornando-se primeiros até no governo de um estado, o de uma nação. Quando se tem conhecimento dos proprios direitos é imprescindível nao arredar pé. Muitos comentam a atual falta de educação, honestidade, integridade, filhos do permissivismo que nada tem a ver com a liberdade. Aos poucos, um passo por vez "o deixa pra là o que que tem" gerou um monstro dificílimo de combater, um anarquismo que repercute na vida de todos  pois parece fácil no começo dispensar regras que nao agradam, mas se cada um no seu canto fez o que fez, agora para dar o primeiro passo de volta vai ser arduo encontrar voluntarios. O Brasil  esta  entre os primeiros países do planeta em relação a violencia, dar conta disto com "fatalismo" é coisa de louco;  a corrupção  é  endemica, sustentada por uma multidão de pobres a espera de piabas, alheios ao que seja uma sociedade civil, eleitores fáceis de manipular. O "jeitinho" nao vai dar conta, è necessario um pacto social para repor o "trem" no  trilho, caso contrario  preparem se a um suplicio lento  e inevitável.