14 set 2015

Ladrões e Jubileu





Vamos tentar compreender o momento politico, como chegamos a isto, sem cair em tentações de torcedores de um lado ou outro. Tem muito a ver com roubalheira e corrupção, sentida na população desde o Brasil Império. O que muda é a proporção. Alguém começa a notar que o Quinto pedido pelos portugueses era bem pouco em relação aos Dois Quintos de agora. Provavelmente sem a Inconfidência nascida para abolir o imposto, hoje estaríamos ao lado do Portugal debaixo da sombrinha do Mercado Comum Europeu. Aquela Europa sonhada por milhões de pessoas que arriscam procurando chegar com barquinhos ou a pé, esperando começar uma vida digna, com segurança e bem estar social e econômico. Mas a historia não se faz com o SE! Lembro um velho tio que dava a culpa dos problemas da sociedade brasileira, causada dizia ele, pelo instinto predatório dos habitantes, era o DNA dos primeiros colonizadores, que doaram aos que vieram em seguida o esquema, não de construir mas de explorar. Com o fim da ditadura militar, a população teve como uma embriaguez por excesso de liberdade, não sabendo manusear este bem tanto precioso. Faltava cultura, faltava senso cívico, faltava identidade. Depois vários anos de um banho-maria econômico, de processos educativos e sociais que procediam a passo de tartaruga, em um mundo que viaja acelerado, muitos acharam um espetáculo dar um poder imenso a uma pessoa sem arte nem parte, sem cultura, pobre de fato e de espirito. No mundo aqui fora, deve ter sido uma brincadeira divertirse com a turminha. Para os que não conhecem a  lenda do Robin Hood è bom lembrar que ele é um dos
mais populares heróis   da Inglaterra, lutou para ajudar os pobres a sobreviver no meio de tanta desigualdade; fiel do legitimo herdeiro da coroa inglesa Ricardo Coração de Leão, ele combateu contra o usurpador João Sem Terra que empobreceu a população pedindo impostos sempre mais altos. Porém ele era um nobre, na época significava uma pessoa que possuía capacidade intelectual e possibilidade econômica para saber lidar com os enganos, derivados da falta de recurso. Fora dos dentes significa que é inverosímil uma pessoa sem comida, na frente de um suntuoso banquete, não ter depois uma indigestão. Seria maravilhoso acreditar que uma pessoa sem casa, tendo a possibilidade, se conforma com uma digna,  e não com um palacete. Isto para futura memoria. Agora é importante saber que o bem estar econômico e a instrução impedem a origem de uma sociedade organizada hierarquicamente, que baseá  o seu poder na pobreza e na ignorância. O que impede gostar de um Jubileu da Misericórdia, é a falsa ideia crescida ao redor da frase "Bem-aventurados os pobres de espirito, porque deles é o Reino dos Céus", estes pobres de espirito são os cientes dos limites do ser humano, quem não é avido, quem consegue se livrar do supérfluo. O que apavora é o acomodamento, a aceitação da injustiça como algo que eleva ao céu. Disto não precisamos porque è o que tivemos por muito tempo.